Somos alunos do 5ºB da Escola E.B. 2,3 de Santa Comba Dão. Este espaço é destinado à publicação de alguns dos nossos trabalhos a realizar durante o ano, à divulgação das nossas actividades, à publicação de pequenos textos, comentários, curiosidades ...

01 março 2007

LENDA DE SANTA COMBA DÃO

Reza a lenda que nas margens do Rio Om existiu um convento onde habitava meia centena de jovens freiras, virgens consagradas ao senhor. Comba era o nome da madre abadessa que jovem se tornou mártir e santa; santa Comba. Há muitos, muitos anos, no tempo em que os Mouros conquistaram as terras dos Cristãos, avançando inexoravelmente para norte, existiu um valoroso rei mouro, de nome Almançor. Almaçor e as suas hostes, após terem tomado Coimbra, acabaram por chegar próximo do convento em que as freiras, já sabendo da terrível notícia, rezavam, procurando dominar um enorme medo.A calma triste e sombria do interior do templo contrastava com o ruído da peleja e com o clima de morte que pairava cá fora.
Estando as irmãs absortas nas suas orações, bateram à porta com violência. A madre Comba recomendou-lhes calma, não as deixando sair do local de culto. Espreitando pelo postigo, logo se apercebeu que as suas terríveis suspeitas se concretizavam: do outro lado da porta encontrava-se um jovem sarraceno. Resolveu ganhar tempo alimentando uma conversa no decorrer da qual ficou a saber que o rei Almançor tinha ordenado ao jovem Aben Abdallah que tomasse para si, e para os seus soldados, as freiras do convento da margem do rio Om.
Ao saber o que as esperava, a madre pediu que as matasse a todas, ao que o homem retorquiu não poder destruir o que lhes viria a servir. Impaciente, acabou por pôr a descoberto o rosto de Comba e, ficando admirado com a sua juventude e beleza, logo a reservou para si. Então, zangado, ameaçou que se as conversas não terminassem por ali, entraria, à força, pelo convento adentro. A madre abadessa, percebendo que nada poderia fazer para poupar as suas monjas ao terrível destino, deixou passar o primeiro soldado de Aben Abdallah. Este ficou igualmente espantado com a beleza e juventude de muitas freiras e não demorou muito a demonstrar a sua preferência. Então, Comba chamou a freirinha, beijou-a na testa e a este sinal a jovem sacou, do hábito, um punhal que cravou no coração. Todas as outras monjas repetiram o gesto e todas tombaram inanimadas. O guerreiro, aterrorizado e perplexo, fugiu chamando pelo seu chefe, que se precipitou no convento. À sua frente, a sangrenta cena! Procurou, desesperado, a sua escolhida, mas Comba jazia com as suas companheiras.
Quando Aben Abdallah contou o sucedido ao grande Almançor, este não conteve a sua fúria e, desdenhosos, vociferou: - "Porque não as mataram logo? Essas mulheres não sabem ser gente!". Mas os milagres e martírio da jovem bela abadessa permaneceram na memória do povo.
No local do convento surgiu uma povoação que, para se distinguir de santa Comba do Alentejo, e por se situar nas margens do Rio Om, se passou a chamar Santa Comba D'Om.
Com o decorrer do tempo o nome evoluiu para Santa Comba Dão.


Recolha feita por:
Daniela, nº 5